quinta-feira, 2 de maio de 2013

A PIOR SECA DOS ÚLTIMOS 60 ANOS

 

A SECA... A SECA... A PIOR SECA DOS ÚLTIMOS 60 ANOS – MAS, AFINAL: O QUE ESTÁ SENDO FEITO?

Muito se tem escrito e divulgado na mídia e nos discursos dos políticos que essa tem sido a pior estiagem dos últimos 60 anos e que muito tem sido feito para minimizar os efeitos da seca.
Assim como não dizem que o Brasil está sem satélites meteorológicos desde os últimos anos de gestão do governo FHC e continua até os dias atuais, não permitindo assim uma melhor previsão climática. Talvez seja por que não é uma prioridade brasileira no momento.
É inconcebível que os órgãos governamentais teimem em proliferar os bolsas estiagens, garantia safra, e outros similares e esqueçam de tratar o problema de uma forma direta.
O meu Avô e o meu Pai já falavam para mim quando criança e hoje meu Pai continua a falar que desde pequeno que conhece as frentes de trabalho e hoje a mascaram com outros nomes, mas que continuam não resolvendo problema algum para os flagelados da seca.

Abaixo coloco alguns questionamentos os quais considero relevantes para uma discussão mais aprofundada:
- Antigamente se dizia que existia uma indústria da seca perpetuada pelos coronéis fazendeiros e políticos, através do fornecimento de água com carros pipas. E o que dizer da implantação de milhares e milhares de cisternas plásticas que nessa época de longa estiagem somente os pipas administrados pelo exército é que fazem o abastecimento? E conta-se que muitos deles são dos coronéis políticos e dos verdeiros “coronéis” fardados também.
- Qual a verdadeira razão para diminuir a ação da Articulação do Semiárido (ASA) na construção de cisternas de cimento em parceira com as comunidades e a um preço muito mais baixo que as de polietileno?
- Qual a razão de projetos de integração das bacias na Bahia, Piauí e outros Estados Nordestinos não terem nunca sido elaborados? E hoje se fala apenas em elaborar estudos? E quanto tempo levará para finalizar esses mesmos estudos? E será que ao terminar esse período de estiagem, novamente não serão esquecidos em um gaveta estatal qualquer?
- Por que não se criar uma política coerente e concreta de ocupação e exploração agrária, voltadas para o semiárido?
- Cadê o Projeto de Irrigação do Pontal Sul?
- Cadê as etapas subseqüentes do Perímetro Irrigado do Salitre?
- Onde está o Projeto de Irrigação Baixio de Irecê?
- Onde estão as Adutoras que deveriam ser construídas como verdadeiras Teias de Aranha e que cortassem todas as regiões localizadas no Semiárido?
- Onde foram perfurados poços tubulares que suprissem a demanda para dessendentação humana e animal?
- Qual foi o último açude construído na Bahia?
- Qual foi a última grande barragem construída na Bahia?
- O porquê de tanta morosidade para disponibilizar os escritórios avançados da CONAB nas regiões atingidas pela estiagem? E quando o abrem, o que acontece que não atingem a todos?
- Em que pé se encontram as reformulações, reestruturações e ampliações da Sudene? Do Dnocs? Da Codevasf?
Penso que os Programas Estruturantes para a Convivência com o Semiárido Brasileiro deverão ter como premissa básica projetos de modernização para o Nordeste do Brasil. E deverão ser pautados pela transparência, ética e participação popular e ter como inovação uma de suas principais marcas. Muitos deverão concretizar-se por meio de financiamentos públicos e com a inserção de um modelo de programa governamental idêntico ao PAC, pois assim teríamos a certeza de realização e garantia orçamentária. Outro aspecto seria a abolição gradativa de medidas tidas como emergenciais mais que na prática se apresentam apenas como eleitoreiras e que não surtem efeito, a não ser como moeda de troca eleitoral.

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