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SECA... A SECA... A PIOR SECA DOS ÚLTIMOS 60 ANOS – MAS, AFINAL: O QUE ESTÁ
SENDO FEITO?
Muito se tem escrito e
divulgado na mídia e nos discursos dos políticos que essa tem sido a pior
estiagem dos últimos 60 anos e que muito tem sido feito para minimizar os
efeitos da seca.
Assim como não dizem
que o Brasil está sem satélites meteorológicos desde os últimos anos de gestão
do governo FHC e continua até os dias atuais, não permitindo assim uma melhor
previsão climática. Talvez seja por que não é uma prioridade brasileira no momento.
É inconcebível que os
órgãos governamentais teimem em proliferar os bolsas estiagens, garantia safra,
e outros similares e esqueçam de tratar o problema de uma forma direta.
O meu Avô e o meu Pai
já falavam para mim quando criança e hoje meu Pai continua a falar que desde
pequeno que conhece as frentes de trabalho e hoje a mascaram com outros nomes,
mas que continuam não resolvendo problema algum para os flagelados da seca.
Abaixo coloco alguns questionamentos os quais considero relevantes para uma discussão mais aprofundada:
- Antigamente se dizia
que existia uma indústria da seca perpetuada pelos coronéis fazendeiros e
políticos, através do fornecimento de água com carros pipas. E o que
dizer da implantação de milhares e milhares de cisternas plásticas que nessa
época de longa estiagem somente os pipas administrados pelo exército é que
fazem o abastecimento? E conta-se que muitos deles são dos coronéis políticos e dos verdeiros
“coronéis” fardados também.
- Qual a verdadeira
razão para diminuir a ação da Articulação do Semiárido (ASA) na construção de
cisternas de cimento em parceira com as comunidades e a um preço muito mais
baixo que as de polietileno?
- Qual a razão de
projetos de integração das bacias na Bahia, Piauí e outros Estados Nordestinos
não terem nunca sido elaborados? E hoje se fala apenas em elaborar estudos? E
quanto tempo levará para finalizar esses mesmos estudos? E será que ao terminar
esse período de estiagem, novamente não serão esquecidos em um gaveta estatal
qualquer?
- Por que não se criar
uma política coerente e concreta de ocupação e exploração agrária, voltadas
para o semiárido?
- Cadê o Projeto de
Irrigação do Pontal Sul?
- Cadê as etapas
subseqüentes do Perímetro Irrigado do Salitre?
- Onde está o Projeto
de Irrigação Baixio de Irecê?
- Onde estão as
Adutoras que deveriam ser construídas como verdadeiras Teias de Aranha e que
cortassem todas as regiões localizadas no Semiárido?
- Onde foram perfurados
poços tubulares que suprissem a demanda para dessendentação humana e animal?
- Qual foi o último
açude construído na Bahia?
- Qual foi a última
grande barragem construída na Bahia?
- O porquê de tanta
morosidade para disponibilizar os escritórios avançados da CONAB nas regiões
atingidas pela estiagem? E quando o abrem, o que acontece que não atingem a
todos?
- Em que pé se
encontram as reformulações, reestruturações e ampliações da Sudene? Do Dnocs?
Da Codevasf?
Penso que os Programas
Estruturantes para a Convivência com o Semiárido Brasileiro deverão ter como
premissa básica projetos de modernização para o Nordeste do Brasil. E deverão
ser pautados pela transparência, ética e participação popular e ter como
inovação uma de suas principais marcas. Muitos deverão concretizar-se por meio
de financiamentos públicos e com a inserção de um modelo de programa
governamental idêntico ao PAC, pois assim teríamos a certeza de realização e
garantia orçamentária. Outro aspecto seria a abolição gradativa de medidas
tidas como emergenciais mais que na prática se apresentam apenas como
eleitoreiras e que não surtem efeito, a não ser como moeda de troca eleitoral.
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