segunda-feira, 4 de junho de 2012

AGRONEGÓCIO VERSUS AGRICULTURA FAMILIAR









O Brasil colocou uma discussão ideológica conflituosa e criada em diversos setores, entre a agricultura familiar e o agronegócio, quando se afirmou que a agricultura de pequeno porte estaria fadada ao insucesso e certamente ao desaparecimento decorrente da concorrência desigual com os grandes empreendedores. Parece-me que, equivocadamente ocorre uma interpretação conceitual errada a respeito da definição de Agronegócio, pois segundo Davis e Goldberg (1957) pela Universidade de Harvard o mesmo se define como: a soma total das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles.
Percebe-se que, em nenhum momento existem diferenças entre empresas pequenas de grandes, agricultores familiares de empresariais, demonstrando assim a falta de precisão nas críticas. Assim posto, para estar no Agronegócio o produtor, seja ele pequeno, médio ou grande, basta colocar sua produção de maneira competitiva, nos canais de distribuição, alcançando, por conseguinte o consumidor final.
 Verdade que o grande desafio posto à agricultura familiar está na necessidade de agregar valor aos seus produtos, no entanto existe uma barreira que é a baixa capacidade financeira ou até mesmo escassez financeira e até mesmo um péssimo marketing.
O Estado tem demonstrado uma enorme tentativa de viabilização da agricultura familiar através de programas governamentais, mas sem muito sucesso, e isso se deve principalmente ao assistencialismo enraizado na cultura política brasileira.
Segundo Neves (2010), defender os investimentos estatais para grandes explorações através da monocultura concentradora pressupõe deixar de lado a importância da manutenção das pessoas no campo com vida digna e renda. Claro que, a lógica de eficiência econômica e especialização sempre desafiarão esse desejo, mas, seguramente, é possível não desistir de pensar em modelos novos de negócios que tratem de todos esses anseios da sociedade. Deve-se sim, buscar os produtores além de produzirem para subsistência, devem ter seus produtos, industrializados ou embalados, distribuídos e alcancem o consumidor de uma maneira competitiva em qualquer mercado que se apresente viável.
O mais interessante de tudo é que não devemos abordar apenas produtos, mas sistemas de produção ambientalmente corretos, onde o foco não deve ser apenas o meio ambiente, e sim um mais abrangente, mais subjetivo e mais complicado, do qual o meio ambiente seguramente faz parte, é a sustentabilidade. Assim o modo de produção deverá antes de qualquer coisa ser sustentável.

Zilton Alves de Souza Filho
Engenheiro Agrônomo
Msc. em Zoologia Aplicada

Nenhum comentário: