A
Seca, A Bahia e o Nosso Território do Sertão do São Francisco
Sabidamente, essa tem
sido considerada a maior e mais agressiva seca que assolou as terras semiáridas
nordestina. Para um momento tão propício quanto esse que estamos vivenciando,
que é o da comprovação inequívoca de um 2013 ainda pior que 2012, precisamos
externar esforços para promoção do debate a que a sociedade dependente dos
recursos naturais espera que assim o façamos e talvez o mais importante: que o
façamos de forma propositiva e não através de comoção com a miséria instalada.
Os esforços terão de
ser voltados para Políticas Públicas que se tornem eficazes, continuas,
inteligentes, sérias e capazes de conduzir a agricultura e pecuária regional
como base alicerçar de uma atividade sólida e voltada para o bem estar dos
nossos produtores rurais.
Preocupa-me as
intervenções que perpetuam a dependência moral, a exemplo da indústria pipeira,
da bolsa estiagem, da doação de grãos, do seguro safra e outras que
primeiramente não contempla a maioria dos atingidos, mas sim promovem a
capitalização cada vez mais de um pequeno grupo, em detrimento dos reais
necessitados que são os produtores rurais.
Reservas forrageiras
As reservas forrageiras são essenciais para as
criações, em virtude da escassa produção das gramíneas no período de seca que
tem atingido catastroficamente o semiárido brasileiro. Estas reservas devem ser
compostas preferencialmente por gramíneas e leguminosas, considerando-se o
maior aporte protéico propiciado por esta última.
As gramíneas mais recomendadas para capineiras são
as variedades de capim elefante (média de 14.050 Kg de M S/ha/ano). Um hectare
de milho (média de 16.800 Kg de MS) e sorgo (média de 17.700 Kg de MS),
levando-se em conta um fornecimento de 2 Kg. de matéria verde/an/dia num
período de 5 meses seriam suficientes para alimentar 80 a 100 animais.
Quanto à reserva de leguminosas, pode-se utilizar a
soja perene, mucuna, guandu e/ou cunhã. Em termos de leguminosas, recomendam-se
dois hectares/100 animais considerando-se um consumo de 1 Kg/an/dia.
Rebanhos
Caprinos
|
Ovinos
|
|
Casa Nova
|
681.774
|
392.750
|
Curaçá
|
970.961
|
593.737
|
Juazeiro
|
943.767
|
1.024.131
|
Remanso
|
257.091
|
305.923
|
Uauá
|
614.833
|
371.140
|
Total
|
3.468.426
|
2.687.681
|
Portugal
|
444.000
|
2.905.700
|
Fonte: SEBRAE –
Programa Bioma Caatinga
Importância Econômica
Renda
proveniente da caprinocultura e/ou ovinocultura: 38,8 a 42,4%.
Fonte:
SEBRAE – Programa Bioma Caatinga
Ideia
A ideia é de reunir sob
caráter de urgência técnicos da CODEVASF, EMBRAPA e Ministério da Integração no
intuito de realizar um estudo técnico na área do Perímetro Irrigado do Salitre,
em Juazeiro/BA, tendo como objetivo implantar no prazo limite de 3 (três)
meses, 300 hectares de milho/sorgo/cunhã forrageiro para alimentação animal,
que atenderá os criadores do Território do Sertão do São Francisco, mais
especificamente do Bioma Caatinga, onde existe uma população de 192.017
pessoas, 524 coletividades rurais, 46.666
famílias, sendo que 36.718 dessas famílias vivem diretamente da
caprinovinocultura e todas distribuídas em uma área geográfica de 29.946 km2.
Desafios
1-
Qual modelo de contratação ou convênio
(licitação ou convênio com uma instituição)?
2-
Qual área ou áreas a ser(em) utilizada
(s) no Perímetro Irrigado do Salitre?
3-
Qual Associação ou Associações seriam
envolvidas?
4-
Como será a Gestão do empreendimento?
5-
Outros a analisar.
Recursos Orçamentários
O Ministério da Integração disponibilizaria recursos
necessários para a implantação do sistema de irrigação, implantação da lavoura
e logística de distribuição e a Codevasf irá geri-los.