A Evolução do Rebanho
O estudo da evolução do rebanho é item de grande importância em um sistema de produção, pois permite prever o tamanho final do rebanho e ajuda a definir metas e meios.
Qualquer sistema de produção animal, seja de carne, leite, ovos, lã, etc., deve ter os objetivos bem determinados para ter sucesso, ou seja, para conseguir o máximo de produtos, num mínimo tempo, com o mais baixo custo, a fim de abastecer a indústria com matéria prima de maneira constante.
Determinar, portanto, a escala de produção, seja semanal, quinzenal ou mensal, é um fator importante para ocupar um espaço no mercado, e - assim - conseguir melhores preços.
O setor de ovinocultura, por outro lado, ainda se encontra em expansão, definindo sistemas e meios de produção. De fato, a literatura disponível ainda é insuficiente para atender a todas as necessidades (regiões e situações). Ou seja, as estatísticas disponíveis são muito diferentes, dependendo da região ou da situação de onde são recolhidas, dificultando a formulação de projetos.
Para se fazer um estudo de evolução é necessário partir de algo sólido, ou seja, é preciso ter em mãos alguns dados básicos. Em geral, os projetistas utilizam índices máximos de desfrute, pois acreditam que todo empresário quer o melhor para seu negócio. Por outro lado, para se obter o máximo com custo mínimo, é preciso muita dedicação. Assim, os números apresentados em projetos pressupõem um esforço compatível com o otimismo das cifras adotadas inicialmente. Há, então, um evidente conflito entre o mínimo e o máximo, nos cálculos que estão nas literaturas. Bem diz o ditado que “o ótimo é inimigo do bom”.
Dentro de um sistema de produção é comum o uso de planilhas para poder traçar os objetivos de produção. É prioridade a programação desses objetivos e metas a serem atingidas, para se estabelecer qual o melhor caminho a seguir e também para mensurar criticamente os resultados atuais e futuros.
Isto só é possível caso a escrituração zootécnica seja uma atividade diária dentro da fazenda. Ou seja, é necessário no moderno empreendimento, anotar tudo que acontece com os lotes, sejam de ovelhas em monta, paridas, borregas de reposição, ganho de peso de cordeiros, etc.
É muito importante conhecer os índices zootécnicos do rebanho como taxa de prenhez, fertilidade, número de cordeiros nascidos, mortalidade, etc.
Além de saber a produção estimada para cada ano, extraída destes números, pode-se determinar, por exemplo, a quantidade que pode ser gasta de sal mineral, de concentrado, etc., bem como a produção de silagem, tamanho da área plantada para c onseguir a quantidade de massa a ser ensilada, etc. Tudo começa com planejamento.
O produtor rural hoje precisa estar atento ao custo do produto, para poder ver com objetividade o lucro real, e também atento ao tamanho da escala para poder baixar ainda mais o custo variável do produto, no caso, do cordeiro pra abate.
Critérios
Critérios
O exemplo sugerido é para produção de 6.000 ovelhas no ano zero.
Os índices admitidos são:
85% de fertilidade - Este índice é comum em muitas situações, mas - por outro lado - milhares de produtores encontram dificuldades para chegar até perto disso. Cabe salientar que, no gado de corte, esse índice situa-se entre 60 a 75%. Obviamente, em condições de muito acerto, pode-se obter um índice entre 80 a 90%. Somente em situações excepcionais pode-se admitir um índice entre 95 a 100%. É possível chegar a 100 %? Sim, em um ano ou outro, mas é preciso que todo o sistema funcione perfeitamente.
1,5 parto por ano - Significa um parto a cada 8 meses. Este é o ciclo normal de animais saudáveis, em região adequada, clima adequado, nutrição adequada, sem ocorrência de nenhum distúrbio. Na realidade brasileira, todavia, o que se vê, normalmente, é um índice entre 1,1 a 1,3. O índice de 1,5 pode ser atingido? Sim, bastando ter um controle muito eficaz sobre o rebanho. O intervalo entre partos deve ser o menor possível, permitindo aproveitar ao máximo a ovelha em sua vida útil e aumentar o potencial de produção de cordeiros
1,5 cordeiro por parto - Os deslanados conseguem produzir no ano inteiro, sendo frequentes os partos duplos. Já os lanados produzem, normalmente, uma única vez por ano, havendo também partos duplos. Os partos triplos são mais raros; os quádruplos esporádicos. Os lanados podem produzir 1,5 por parto? Sim, mas não é regra. O que significa 1,5 por parto? Significa 3 produtos a cada 2 partos.
Mortalidade zero - É possível? Sim, havendo controle rigoroso principalmente por ocasião das parições. Os cordeiros morrem principalmente por falha de manejo, o que equivale a dizer “falta de profissionalismo”. A mortalidade, no Brasil, varia entre 5% a 20%, mas há casos tenebrosos de mortalidade chegando a 40%. O normal é fazer cálculos estimando 10% de perdas, mas não é pa-ra assustar se, em algum momento, a taxa subir para 20%.